quinta-feira, 20 de novembro de 2008



CDS DEFENDE CONSTITUIÇÃO DE COMISSÃO DE INQUÉRITO PARA APURAR RESPONSABILIDADES E APELA À COERÊNCIA HISTÓRICA DA A.R.


O CDS-PP defendeu hoje que, para manter a sua “coerência histórica”, o Parlamento deve aprovar a constituição de uma comissão de inquérito que “mostre ao país” as falhas do Banco de Portugal na supervisão ao BPN.
Segundo o deputado do CDS-PP Nuno Melo, recusadas “todas as audições, que não a do governador do Banco de Portugal, a única via possível será a da constituição de uma comissão de inquérito que esclareça e revele o que se passou e que detecte, momento a momento, as omissões do supervisor no caso do BPN”.
“O Parlamento tem de ser historicamente coerente, se no passado se constituíram comissões de inquérito a processos-crime, como por exemplo no caso Camarate, deve aprovar a constituição desta comissão”, defendeu o deputado centrista na Assembleia da República, durante a apresentação da proposta dos centristas.
Para fazer aprovar a proposta de criação de uma comissão de inquérito por via parlamentar, o CDS necessita, no mínimo, da abstenção por parte do PS, que possui maioria absoluta.
Para Nuno Melo, a nacionalização do BPN obriga os partidos a esclarecerem o país “acerca de tudo quanto aconteceu e de tudo aquilo em que a supervisão falhou”.
“Apesar de todas as evidências, o governador do Banco de Portugal continua a insistir que não encontrou razões para intervir com mais força ou mais cedo (…) quando assim se procede não há nenhuma garantia de que a supervisão não volte a falhar”, acrescentou.
Do ponto de vista do democrata-cristão, ao aprovarem ou não esta comissão de inquérito, os partidos irão “assumir as suas responsabilidades” em relação à investigação no caso BPN.
“Cada um assumirá as suas responsabilidades. O CDS-PP com este requerimento para a constituição de uma comissão de inquérito assume as suas”, disse.
“Não quero acreditar que, face a tudo o que está em causa, o Parlamento, que aprovou a nacionalização do BPN, não queira dar ao país, que agora vai suportar todos os custos dessa nacionalização, não queira dar todas as informações acerca do que sucedeu com o BPN”, reiterou, interrogado pelos jornalistas sobre qual será a posição dos socialistas – que têm maioria parlamentar - sobre a proposta do CDS.

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